Nesse espaço, além da ênfase na Engenharia de Software, opino de maneira política. Ressaltei, várias vezes, a importância da Educação (veja aqui, aqui e aqui).
A Educação passa, principalmente, pelo entendimento, pela sociedade, da importância do Professor; peça chave na formação do indivíduo, nos mais diferentes níveis. A sociedade brasileira ao longo dos últimos 25 anos deixou de perceber como a figura do Professor foi sendo alvo de um ataque constante por parte de setores retrógrados da sociedade.
Sob o pretexto da falta de recursos orçamentários, governos municipais, estaduais e o governo federal patrocinaram um achatamento salarial da categoria, que levou a situações extremas como a vivenciada pelo Estado do Rio de Janeiro, o segundo Estado da federação, em nível econômico, mas o que, até pouco tempo, era o que pior remunerava seus Professores.
Essa situação de descaso gerou uma série de problemas já conhecidos. O atual governo, que está por terminar, procurou melhorar essa situação. Essa é minha opinião baseada em observações pessoais e fatos da realidade. Creio que o MEC tem, nos últimos anos, procurado caminhos de melhoria e de crescimento orçamentário com vistas a recuperar uma situação que era extremamente injusta com a parte da sociedade que vive para passar conhecimentos e continuar aprendendo.
Recentemente, o Presidente Obama falou sobre a importância da Educação e da necessidade constante de sua melhora (“BarackObama At every juncture in history, we’ve recognized that the way to move forward, in our own lives and as a nation, is to put education first.
5:45 PM Aug 9th via HootSuite”). Olha que isso vem de um país que é considerado o mais rico. Se é importante para eles, imagina para nós. No entanto, no mesmo Estados Unidos, o governador da Califórnia briga com os sindicatos daquele Estado porque acredita que a educação é mais cara do que deveria, ou que gasta muito em proporção a sua qualidade. A visão conservadora geralmente vê educação como despesa e não como investimento e enfatiza métricas operacionais, menosprezando o aspecto semântico da educação: educar para pensar, para buscar melhores condições, buscar liberdade, independência.
No momento em que estamos numa fase de escolha eleitoral, vejo com preocupação a discussão sobre a Educação. Três situações recentes chamam atenção: a) alguns reitores manifestam opinião sobre os resultados recentes de políticas públicas nesse sentido, b) alguns Professores do Estado mais rico da federação demonstram preocupação quanto as políticas daquele Estado no setor, e c) a preocupante campanha contra o Enem.
Sobre o último item: o trabalho que vem sendo feito pelo MEC é positvo. A construção do Enem, com o envolvimento de grande número de Professores, no sentido de aperfeiçoar o acesso à Universidade pode ter pontos de discussão, mas é, sem sombra de dúvida, um avanço.
Se você leu até aqui é porque importa-se com a Educação. Portanto, pense bem sobre sua escolha nas eleições de 2010. Lembre sempre: Educação é Importante.
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outubro 17, 2010 às 12:20 pm |
Infelizmente, a educação não tem o reconhecimento social devido. Não conseguimos atingir a lista de prioridades da nossa sociedade, e por aqui ficamos sempre na rabeira das profissões mais valorizadas. Ao contrário do que acontece nos EUA, por exemplo (a única vez em que me senti valorizado por ser professor foi no ano que passei lá), em que professor aparece no inicio da fila do reconhecimento pela sociedade, ao lado do policial e muito na frente do médico… Por outro lado, temos que reconhecer que fazemos parte de uma corporação que não admite criticas, resistente a avaliações e a qualquer tipo de mudança, etc. No meu entendimento, o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, fez um trabalho elogiável em todos os sentidos, preparou o terreno para o avanço do pais na educação de base, que é o unico avanço de que o Brasil (e qualquer outro pais) precisa, o resto vem no rastro das melhorias provocadas pela educação. Que, como voce mesmo disse, é ainda considerada gasto e não investimento.